quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

História de Rolim de Moura




MARIA LIRIECE JANUÁRIO

 Rolim de Moura: uma viagem no tempo


Copyright © 2009 Maria Liriece Januário
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei no. 5.988 de 14 de dezembro de 1973.
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, do seu responsável legal.
Organização & Consultoria Editorial
Maria Liriece Januário
Concepção da Capa
Lucas F. Santos
Revisão de Texto
Maria Liriece Januário
Diagramação, Arte e Impressão
D’press Editora e Gráfica Ltda
Januário, Maria Liriece.
Rolim de Moura: Uma “Viagem no Tempo”/ Maria Liriece Januário.
Rolim de Moura/RO: 2009.
90 Pg.: 15x21 cm
1. História Local. I. Narrativa. II. Título.
CDD:900 ISBN: 978-85-98630-14-4

DEDICATÓRIA
Dedico esta obra a todos os pioneiros que fizeram e fazem parte do processo histórico do município de Rolim de Moura.
Dedico, especialmente, a meus filhos Paulo Henrique Januário e Pedro Eduardo Januário que me ajudaram na digitação e organização das fotos, não teria conseguido sem a participação dos mesmos.
Dedico a meu esposo José Orlando Januário que me ajudou nas despesas de publicação. Agradeço pela paciência que teve, mesmo quando tive que me ausentar para as pesquisas.
AGRADECIMENTOS
Com intuito de elaborar um material de qualidade, dediquei-me, por vários anos, a pesquisar, analisar dados estatísticos, publicações, diversas revistas, documentos, livros e entrevistei vários moradores antigos da cidade.
Quero externar meus agradecimentos a esses pioneiros, pois os seus depoimentos foram importantes para a elaboração desta obra. Agradeço também pelas fotografias antigas que foram fornecidas, fotos que nos permitem fazer uma “Viagem no Tempo.” Não posso deixar de citar a colaboração da Professora Elizabete dos Reis Venturoso, pois as suas sugestões e orientações foram de muita valia. Agradeço a Cilene Ferreira de Paula Freitas que ajudou na correção ortográfica.



PREFÁCIO
A capacidade de transmitir informações a qualquer pessoa, em qualquer lugar e a qualquer momento é uma das maiores conquistas da humanidade, em todos os tempos.
Todas as escritas têm buscado facilitar a capacidade de entendimento e comunicação, seja reduzindo o tamanho dos equipamentos utilizados, seja adaptando-os às hostilidades ambientais ou ainda através da criação de novos métodos. Este livro tem por objetivo trazer um pouco mais de esclarecimento e luz à tarefa de administrar a localização espacial. Para isso uma busca profunda por informações foi necessária a fim de que essa possibilidade de leitura fosse garantida.
Ao tratar dos espaços do município de Rolim de Moura, o livro ganha importância, pois traz uma linguagem adaptada ao público-leitor e às condições locais. A idéia de escrever textos curtos e ilustrar o livro por partes, de acordo com o que é apresentado, proporciona uma leitura dinâmica e facilita a busca por informações específicas dentro do contexto regional.
A Viagem no Tempo”mostra a passagem histórica do espaço em apreço e possibilita um conhecimento geográfico dinamizado, prazeroso, conquistado através de pesquisa e a reescrita das mesmas. Não temos dúvidas de que este trabalho será de grande valia para os que dele tomarão posse a fim de adquirir conhecimento.
Maria Cledionora Tavares

APRESENTAÇÃO
As informações descritas neste trabalho, sobre os aspectos históricos e geográficos de Rolim de Moura, é o resultado de um projeto de pesquisa apresentado como proposta de trabalho para a disciplina de Estudos Regionais.
Têm como objetivo oferecer temas e conceitos da História e Geografia local para que o educando compreenda as transformações ocorridas no espaço natural como produto da ação do homem. Além disso, proporcionar meios para que o mesmo possa conhecer e valorizar a terra onde vive, adotando postura de respeito aos diferentes aspectos do patrimônio natural e sociocultural e, também , tornar-se um instrumento mediador no processo ensino-aprendizagem.
Este trabalho está didaticamente dividido em duas partes, a primeira apresenta de forma sucinta fatos relevantes da História que é desconhecida por grande parte da população rolimourense. A segunda retrata os aspectos físicos, socioeconômicos e ambientais do Município de Rolim de Moura.
Ao final de cada tema, encontram-se sugestões de atividades compostas de questões objetivas e subjetivas.
INICIAÇÃO À HISTÓRIA
Setor Rolim de Moura

O setor Rolim de Moura teve início com a implantação do Projeto Integrado de Colonização – PIC Gy-Paraná pelo INCRA,1 na região de Cacoal, em 17 de junho de 1972. O setor Rolim de Moura foi criado para assentar os colonos excedentes do PIC Gy-Paraná2.
O nome Rolim de Moura foi dado primeiramente ao rio (hoje rio São Pedro) no início do século XX pelo engenheiro Cândido Mariano da Silva Rondon3 em homenagem ao primeiro governador da Capitania do Mato Grosso D. Antônio Rolim de Moura Tavares.
Esta capitania estendia-se desde o Mato Grosso até a região do Vale do Guaporé. Com a implantação deste setor, foram demarcados e distribuídos 3.000 lotes rurais de tamanho médio de 100 hectares, ou seja, 42 alqueires de 500m por 2000m de comprimento.

Fundação do Setor Rolim de Moura e Condição de Vida dos Colonos
Conforme relato de muitos pioneiros, os migrantes que se dirigiam para o setor Rolim de Moura, assim como os que vieram para Rondônia, tinham um objetivo em comum: adquirir terras e melhorar de vida.
O filósofo e pesquisador da história local, Neri de Paula Carneiro, menciona na Revista Idéias e Fatos,(nº 2/ 1.998) sobre a existência de pioneiros embrenhados na mata, na região que compreende o atual município de Rolim de Moura, antes mesmo da entrega oficial dos lotes, ou seja, antes de 1975.
De acordo com informações do INCRA, quando foi traçado o projeto para o setor Rolim de Moura, havia proposta apenas para assentamento rural, ou seja, o assentamento seria destinado apenas para os agricultores, portanto, não havia projeto para que se formasse um centro urbano. Com o passar dos tempos e as constantes migrações, formou-se uma Vila. Logo, atribui-se ao povo a responsabilidade pelo surgimento da mesma e da futura cidade.
A história de colonização de Rolim de Moura foi marcada por lutas e sacrifícios. Os colonos viviam em um ambiente cheio de carências, contudo, traziam consigo esperança de dias melhores. No início, os moradores enfrentavam as mais variadas dificuldades, pois o lugar não oferecia infra-estrutura mínima necessária para que se formasse uma cidade.
Os moradores não tinham acesso à luz elétrica, à água tratada, viviam em um ambiente de insegurança, pois as mortes e os conflitos entre grileiros4 eram constantes. As viagens a Cacoal e Pimenta Bueno eram rotineiras e penosas, já que os moradores traziam as mercadorias de necessidades básicas e ferramentas para o trabalho em “cacaios”, ou seja, nas costas.
Outra dificuldade enfrentada pelos colonos era a falta de assistência médica. Muitos morreram em virtude de acidentes com motosserras. A malária também foi responsável por um número expressivo de óbitos. Estes e outros problemas afligiam os colonos no início da ocupação de Rolim de Moura.

Evolução Histórica e Expansão do Setor Rolim de Moura
A história de Rolim de Moura iniciou-se em dezembro de 1975, quando o INCRA oficializou o processo de distribuição de lotes rurais aos futuros agricultores da região, desde então, um núcleo populacional se formou e foi batizado de Setor Rolim de Moura.
Nas proximidades do rio dos Tambores formou-se o primeiro povoado denominado Jabuti, mas conhecido pelos moradores como “Cabajá,” atualmente com o nome de Nova Estrela - único Distrito de Rolim de Moura.
Na linha 208, o INCRA entregou os primeiros lotes rurais destinados ao setor Rolim de Moura. Desde então, dezenas de colonos oriundos de várias regiões do país instalaram-se naquela localidade, entre os quais podemos destacar as famílias: Rosales, José Marciano, Nelson Araújo, Sebastião Gomes da Silva, Guilherme Werner, entre outros.
No dia 11 de novembro de 1975, mais 128 colonos, aproximadamente, receberam os seus lotes na linha 200, entre eles estava João Batista Lopes que elaborou um plano básico para as ruas do povoado que porventura viesse se formar naquela área (cruzamento da linha 200 com a linha 25) o qual seria batizado de “Encruzilhada do Amanhecer.” Este projeto foi abandonado em virtude da expansão urbana ocorrida a 16 km a oeste do mesmo local (BROWDER - 1.986).
Enquanto o serviço de terraplanagem ia sendo realizado na abertura da linha 25 (atual RO-010), o INCRA fazia a demarcação das linhas, e os colonos não mediam esforços no sentido de viabilizar a abertura das estradas que dariam acesso a seus lotes, pois eram os próprios colonos quem abriam as picadas com motosserras ou até mesmo instrumentos manuais (depoimento de pioneiros).
A ocupação era tão intensa e acelerada que no dia 13 de julho de 1977 foi escolhido e demarcado o local que abrigaria a sede da futura cidade. Assim, se formava um novo núcleo populacional, às margens do rio Anta Atirada, denominado de Vila Rolim de Moura.
Nesse local se instalou um acampamento do INCRA para a demarcação e entrega dos lotes urbanos e rurais. A vila crescia aceleradamente em função da colonização e daquele velho sonho de conseguir um pedaço de terra. Cada família que chegava, preparava o local, erguia o seu barraco com paredes de lascas de coqueiro, coberta com lona, pedaços de tábuas ou até mesmo palha.
Em 27 de julho de 1979, o prefeito de Cacoal nomeou o Sr. Francisco Ferreira Moreira para administrar o distrito de Rolim de Moura. Chegado o início dos anos de 1980, a vila já não tinha mais aquele aspecto de acampamento.O crescimento era tão intenso que em 1983 o Distrito já comportava uma população estimada em 26.157 mil habitantes. (Prefeitura Municipal).
O momento vivido na vila era de muita euforia, pois a sociedade rolimourense desejava a emancipação política e, no dia 08 de março de 1983, os moradores assinaram um documento solicitando do governador a emancipação de Rolim de moura.
Atendendo ao pedido dos moradores o então governador Jorge Teixeira de Oliveira encaminhou à Assembléia Legislativa o Projeto de plebiscito5 para a emancipação de Rolim de Moura. No dia 05 de agosto de 1983 o então distrito de Cacoal se eleva à categoria de Município pelo Decreto Lei nº. 071/05/08/1983.

Dom Antônio Rolim de Moura - Patrono da cidade
Capitão General, primeiro Conde de Azambuja, Marechal de Campo e Vice-rei do Brasil (1709/1782). Foi indicado pelo rei D. João V para exercer o cargo de primeiro governador da capitania de Mato Grosso, conforme a carta régia de 22 de setembro de 1748, tomou posse no dia 14 de janeiro de 1751. Conforme a referida carta, D. Antônio Rolim de Moura ficaria no governo por um período de três anos. Segundo Rubens de Mendonça, historiador de Mato Grosso, o nobre português manteve-se como governador da referida capitania durante o período de 1751 até 1764.
Tão logo D. Antônio Rolim de Moura tomou posse, tratou de elaborar um plano de defesa para expulsar os espanhóis. Como representante do rei, cabia ao governador garantir a soberania portuguesa, além de promover o desenvolvimento e a integração da região que compreendia desde o Mato Grosso até o Madeira-Guaporé.
Coube também a Rolim de Moura criar a capital da capitania de Mato Grosso: Vila Bela da Santíssima Trindade, fato ocorrido em 19 de março de 1752. Durante sua gestão foi construído o Forte de Nossa Senhora da Conceição e um Posto Militar em Pedras Negras, uma aldeia que recebeu o nome de São Miguel de Lamego na margem direita do rio Guaporé.
Após governar a capitania de Mato Grosso por mais de 13 anos, Rolim de Moura recebeu do rei a Comenda de Cristo, o título de Conde de Azambuja. Em 1764, foi substituído pelo seu sobrinho João Pedro da Câmara, e transferido para a capitania da Bahia, onde permaneceu no cargo entre os anos de 1767 a 1769, durante esse período, o rei concedeu-lhe o título de Vice-rei do Brasil. Na Bahia, dedicou-se na fortificação do litoral, deixando o vice-reinado em novembro de 1769.

Atuação do Incra na Colonização de Rolim de Moura
A partir dos anos de 1970, com a implantação do INCRA, foram criadas duas áreas de Reforma Agrária na Amazônia, sendo a primeira em Rondônia e a segunda no Acre, tendo em vista que o Governo Federal pretendia povoar a Região Norte do país.
Conforme a lei nº 4.504 do Estatuto da Terra, o INCRA começou a atuar na região de Rondônia no dia 19 de junho de 1.970, através da Portaria nº 281/1970, o Decreto Lei nº 63.104/1970 criou o PIC- Ouro Preto. Projeto oficial de colonização implantado na área que se estendia desde a Vila Rondônia (atual Ji-Paraná) até a Vila Ariquemes.
Com a implantação do PIC-Ouro Preto, a imprensa nacional incumbiu-se de propagar que Rondônia seria o novo “Celeiro do País.” Desde então, a região de Rondônia passou a receber um grande e intenso fluxo migratório oriundo de todos os Estados brasileiros em busca da “terra prometida.”
De acordo com dados do INCRA, dentro das metas estabelecidas, o instituto deveria assentar mil famílias em lotes de 100 hectares em três anos. No primeiro ano foram assentadas 326 famílias e no segundo já havia ultrapassado as expectativas, sendo assentadas mais de mil famílias. O fato é que o projeto criado para receber os migrantes, não mais comportava o contingente humano que chegava dia após dia em Rondônia.
A Reforma Agrária aplicada em Rondônia, assim como em toda a Amazônia Legal6 a fim de corrigir a estrutura fundiária e social na região, de fato, proporcionou a ocupação humana na região, mas por outro lado, acabou gerando uma série de consequências como, por exemplo, o conflito entre poceiros, madeireiros e grileiros, além de um saldo de 11.000 famílias cadastradas até 1.982, e mais 30.000 famílias, aproximadamente, que não foram cadastradas no Estado de Rondônia.
Apesar do INCRA ter implantado vários projetos de assentamento na Amazônia Legal, não foi o suficiente para conter os focos de tensão nem mesmo na Amazônia rondoniense.
No caso de Rolim de Moura, em 1.982 os lotes disponíveis nas áreas de colonização já haviam sido reivindicados, desde então, estava encerrada a fronteira agrária ao redor da cidade (BROWDER,1.986).

O Incra e os projetos de colonização
Foram criados vários projetos de assentamento na Amazônia Legal, inclusive no Estado de Rondônia: O PIC (Projeto Integrado de Colonização) se encarregava de organizar todo o assentamento desde a assistência técnica e financeira aos colonos até o PA (Projeto de Assentamento) e o PAR (Projeto de Assentamento Rápido) em que a atuação do INCRA se reduzia à simples demarcação e titulação das parcelas ocupadas espontaneamente.
Em Rondônia, foram necessários dois elementos básicos para a ocupação do Território: a consolidação da BR-364, servindo como porta de entrada para o fluxo de imigrantes vindo das várias regiões do país; e a implantação dos PICs. Esses fatores, aliados à propaganda que chegava a várias regiões do país, foram responsáveis pelo grande fluxo migratório que chegou a Rondônia durante a década de 1970 e 1980.
O contingente humano que veio para Rondônia neste período, contribuiu para que o INCRA perdesse o controle da
situação, uma vez que os colonos instalavam-se por conta própria, na maioria das vezes. Desse modo, o Instituto era obrigado a regularizar a situação dessas pessoas conforme o modelo oficial, pautado na Legislação e no Estatuto da Terra através do Projeto Fundiário de Rondônia.
O INCRA adotou vários critérios para o assentamento, entre os quais destacam-se: ser agricultor, não possuir terras em nenhum lugar do Brasil, não ser funcionário público e ser casado.
O grande fluxo migratório que se dirigiu para Rondônia forçou o Estado a se adaptar, ou seja, encontrar novas alternativas para atender a demanda. Uma das medidas foi a criação de novas formas de assentamento, com oferta de lotes bem menores. Os lotes que eram de 100 hectares passaram a 50 e até mesmo 20 hectares.










































Rolim de Moura : Características gerais

Com a política oficial de distribuição de terras, Rolim de Moura tornou-se um pólo de atração desde 1.975, onde passou a receber pessoas de vários estados brasileiros. Inicialmente chamado de Setor Rolim de Moura, criado para assentar de colonos excedentes do PIC Gy-Paraná, teve sua emancipação política em 05 de agosto de 1.983 pelo Decreto Lei nº 071/1983.
O município situa-se a 477 km da capital Porto Velho , ocupa menos de 1% da área total do Estado de Rondônia e abriga 48.894 mil habitantes,(IBGE/2007) representando a sétima maior cidade em número total de habitantes no Estado.
Por ser um município que se encontra fora do eixo da BR-364, destaca-se pelo seu dinamismo em vários setores da economia. É considerado pólo regional da Zona da Mata rondoniense, com um PIB em torno de R$397.000,00 (trezentos e noventa e sete mil reais) – dados da Secretaria de Planejamento (2.005).
Nos últimos anos, Rolim d e Moura tornou-se um importante pólo de desenvolvimento do Estado, pois vem apresentando um elevado crescimento no setor industrial, principalmente no ramo frigorífico, laticínio e construção civil.

Aspectos Gerais
Localização Geográfica
Conforme a divisão política administrativa do IBGE , o município de Rolim de Moura localiza-se na micro-região de Cacoal na porção Centro Sul do Estado de Rondônia , numa região conhecida como Zona da Mata. Outros Municípios também formam essa micro-região : Alta Floresta D’Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Castanheiras, Espigão D’Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Ministro Andreazza, Nova Brasilândia D’Oeste, Parecis, Pimenta Bueno, Primavera de Rondônia, Rolim de Moura, Santa Luzia D’Oeste e São Felipe D’Oeste.
O município está formado atualmente pelo distrito-sede e o distrito de Nova Estrela. Possui uma área geográfica de 1.487,3 km2, correspondendo a aproximadamente 0,62% da área total do Estado, sendo 16,7km2 de área urbana e 1.470,6km2 de área rural.
Faz divisa com os municípios de Santa Luzia D’Oeste, Alta Floresta D’Oeste, Pimenta Bueno, São Felipe D’Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Castanheiras e Cacoal.
Formação do Espaço Geográfico de Rolim de Moura
O espaço geográfico de nossa cidade foi constituído de área desmembrada da cidade de Cacoal, em 05 de agosto de 1.983, sob o decreto Lei nº 71, sua instalação ocorreu em 09 de novembro de 1.984. O nome do município foi dado em homenagem ao Visconde de Azambuja, Dom Antônio Rolim de Moura Tavares.
Com a emancipação política, as cidades de Santa Luzia D’Oeste, Cacaieiro (atual Novo Horizonte do Oeste) e União da Vitória (atual Castanheiras) passaram a pertencer ao município de Rolim de Moura, sendo desmembradas posteriormente. Em 1.986, a porção sul do município foi desmembrada para a constituição do município de Santa Luzia pela Lei nº 10 de 11/05/86.
Em 13 de fevereiro de 1.992, o município, mais uma vez, teve sua área territorial reduzida, na porção oeste, para a formação do município de Cacaeiros- pela Lei nº 365/92 e, na porção norte, União da Vitória pela Lei nº 366/92.

Coordenadas Geográficas, Pontos Extremos e Limites de Rolim de Moura
Rolim de Moura situa-se na porção Centro-Sul do Estado de Rondônia entre os paralelos de 11º35’04,9”e 11º 52’ 18,6” LS ( Latitude Sul); e 61º54’44,8” e 62º05’25,7” LnW (Longitude Oeste).
Os pontos extremos de Rolim de Moura distribuem-se da seguinte forma:
com Castanheiras;
A Leste do município- o ponto extremo 03, na divisa com Pimenta Bueno;
Ao Sul- o ponto extremo 04, na divisa com Santa Luzia e Alta Floresta;
A Sudoeste- o ponto extremo 05, na divisa com Alta Floresta e Novo Horizonte.

O município limita-se com:
Castanheiras e Cacoal a Norte (Nordeste);
Santa Luzia e Alta Floresta ao Sul;
Pimenta Bueno e São Felipe a Leste;
Novo Horizonte a Oeste.

Rolim de Moura – Aspectos Naturais: Relevo, Solo, Clima, Vegetação (fauna e flora), Hidrografia.
O relevo do município caracteriza-se por apresentar superfície plana e suaves ondulações, sua altitude varia de 260 a 300m acima do nível do mar. Com base no mapa hipsométrico7, há aplainamento na maior parte do município e alguns pontos mais acidentados na porção sudoeste, na divisa com Alta
Floresta e Novo Horizonte, onde está situada a Chapada dos Parecis.
Os estudos geomorfológicos mostram que o relevo apresenta cinco formações, a maior parte encontra-se na formação DZZ11- Unidades Denudacionais- superfície de aplainamento- nível ll (200m >altitude<300m) com dissecação baixa e nenhum ou esporádicos inselbergs e tors.
Com base nos estudos pedológicos e nos dados da Segunda Aproximação do Zoneamento Sócio-Econômico do Estado de Rondônia sobre o levantamento do solo, verifica-se que o solo do município encontra-se na subordem do Latossolo – amarelo distrófico, de textura argilosa (teor de argila entre 35% 60%), bem drenada, com declividade de 0 a 2%, associado ao PAD – Podzólico – amarelo distrófico, textura arenosa, bem drenado, com declividade de 0 a 2%.
*LVD 2- Latossolo Vermelho-escuro distrófico, caracteriza-se por apresentar declividade de 2 a 8%, um solo bem drenado, com textura argilosa;
*LVE 9 – Latossolo Vermelho-escuro eutrófico, com declividade de 2 a 8%, um solo bem drenado, com textura argilosa associada com LLD- Latossolo Vermelho- amarelo distrófico, declividade de 2 a 8%, bem drenado, média textura;
*CD 9- Cambissolo distrófico- com declividade de 8 a 30%, bem drenado, franco, pedregoso, associado com PVE – Podzólico – Vermelho eutrófico, declividade de 8 a 30%, bem drenado, argiloso.
Clima
Conforme a localização geográfica de Rolim de Moura no estado de Rondônia, verifica-se o clima Equatorial com variação para o tropical quente e úmido, do tipo AW (escala de Koppên).
Esse tipo climático favorece as altas temperaturas durante o ano todo . No município, as temperaturas variam de 40° para as máximas e 18° para as mínimas com umidade relativa do ar variando em torno de 80 e 85%, apresentando-se mais elevada no período chuvoso (de outubro a março) e abaixo da média no período da estiagem (de abril a agosto).
De acordo com o mapa de isoetas do estado de Rondônia, a precipitação média em Rolim de Moura é em torno de 1.700 e 1.900mm/ano, sendo a maior ocorrência das chuvas entre os meses de dezembro a fevereiro.
Durante o período da estiagem, ocorre o fenômeno da “friagem”, esse fenômeno consiste na queda de temperatura que, por vezes, chega a menos de 18º.
Vegetação
A vegetação dominante é a Floresta Equatorial Amazônica com presenças esparsas de Campos e Cerrados. Essa constituição e distribuição vegetal estão condicionadas ao clima e fatores edáficos,8 principalmente às condições de drenagem e disponibilidade de nutrientes.
A composição vegetal que recobre a área do município é a Floresta Ombrófila Aberta (Mata de Terra Firme). Essa tipologia caracteriza-se por agregar árvores de grande porte, com altura média de 22m, ricas em madeira de lei como a maçaranduba, cedro, mogno, cerejeira, angelim, garapeira, caixeta, jatobá, ipê, samaúma, dentre outras. Segundo o IBGE, essas tipologias apresentam várias fisionomias: floresta com cipó, floresta com palmeiras, floresta com bambu.
Das espécies citadas, a cerejeira, o mogno e o cedro são consideradas extintas no município, existindo raros exemplares de variabilidade genética inferior, uma vez que foram alvos de exploração seletiva e predatória. As demais estão em via de extinção pela supressão da cobertura florestal para a introdução de práticas agrícolas de curto ciclo e monocultura de pastagens (SEDAM).
Desmatamento em Rolim de Moura
Até por volta de 1975, a área onde se instalou o setor Rolim de Moura era uma área natural onde predominava uma floresta densa. Com a chegada de migrantes e a ocupação acelerada, a região sofreu um intenso desmatamento, em virtude da exploração seletiva e predatória, haja vista que a extração da madeira até por volta dos anos de 1985 representava a principal fonte de renda.
De acordo com o levantamento feito entre os anos de 1978 e 1993 (SEDAN/SEPLAN/PNDU) o município encontrava-se com sua área territorial devastada em quase sua totalidade, 87,17%. Esse índice colocou Rolim de Moura e todo o estado de Rondônia , na área conhecida como “arco do desmatamento” ou “cinturão madeireiro” que se estende do sul do Amazonas, passa pelos estados do Mato Grosso, Rondônia e avança pelo Estado do Pará.
Pode- se observar através das imagens de fotografias aéreas, que Rolim de Moura é um dos municípios rondonienses mais afetados pelo desmatamento, fato que vem gerando graves conseqüências na região : erosão, assoreamento9 dos cursos d’água, extinção da fauna e da flora, entre outros problemas.
Fauna em Rolim de Moura
As espécies de animais que compõem o espaço geográfico do município são semelhantes à fauna brasileira. Em virtude da ação antrópica10 e do uso indiscriminado do solo e da devastação das matas nativas, a maior parte dos animais desapareceram de seus ambientes naturais, passando a se refugiar em outras formações florestais. Contudo, ainda é possível encontrar algumas espécies de macaco-prego, tatu, paca, cutia, bicho-preguiça, anta, ouriço, jacaré, uma variedade de cobras e uma grande variedade de aves como periquitos, araras e etc.
Hidrografia de Rolim de Moura
A hidrografia de Rolim de Moura é representada pelos rios: Anta Atirada, Palha, Pardo, Bamburro, São Pedro ou rio Rolim de Moura, e D’Alencourt, o rio que abastece a cidade. O município ainda é recortado por centenas de córregos e igarapés, entre eles o igarapé Encrenca, que corta o centro da cidade. A rede hidrográfica do município pertence, em sua totalidade, à bacia hidrográfica do rio Machado.

Disponibilidade de água em Rolim de Moura

Como podemos observar no mapa hidrográfico, Rolim de Moura é bem servido de água. O município é drenado por centenas de córregos, pequenos igarapés que juntos formam as micro-bacias dos rios Bamburro, Anta Atirada, Palha,D’ Alencourt e rio Rolim de Moura.
A cidade tem como principal manancial11 o rio D’Alencourt, pertencente à bacia hidrográfica do rio Machado, portanto, a água fornecida à população rolimourense é capitada do referido rio, na linha 180, lado sul. Após drenar parte da cidade, o rio percorre em direção ao rio Palha onde despeja suas águas no município de Castanheiras.
Segundo dados divulgados pelo Sistema de Abastecimento de Água (SAA) de Rolim de Moura, o rio D’Alencourt possui capacidade de tratamento para 432m3/h. Atualmente trata uma vazão média de 389m3/h, produzindo em média 9346m3/dia, total equivalente a aproximadamente 11 milhões de litros de água por dia.
Conforme o órgão responsável pelo abastecimento de água do município, apesar do quadro de degradação que este manancial vem sofrendo, a água distribuída à população é considerada boa para o consumo humano, está dentro das normas estabelecidas pela Resolução CONAMA12 nº 357/2005 do Ministério do Meio Ambiente.
Percebe-se que Rolim de Moura, assim como o Estado de Rondônia, não apresenta problemas relacionados a quantidade de água, pois o estado está inserido na maior bacia de água doce do mundo. Os problemas estão relacionados à qualidade. Embora exista água em abundância em nossa região e de ser um recurso natural renovável, a continuidade e o acesso dependem da ação de cada pessoa.
Conforme a Legislação brasileira e a Agenda 2113 toda pessoa deve ter acesso à água potável em quantidade suficiente com custo acessível e fisicamente disponível para uso doméstico e pessoal.

ASPECTOS de URBANIZAÇÃO em ROLIM de MOURA
Em 1975, quando o INCRA implantou o PIC Gy- Paraná e posteriormente o Setor Rolim de Moura, essa região tornou-se um pólo de atração aos migrantes vindos de todos os cantos do Brasil. Ao chegarem nesse setor, os migrantes iam se estabelecendo nas linhas (lotes rurais), os demais acampavam próximo à sede do INCRA, à margem do rio Anta Atirada, nesse local os migrantes começaram a construir barracos enquanto aguardavam a demarcação dos lotes.
Em pouco tempo, dezenas de famílias encontravam-se acampadas, surgindo então a vila Rolim de Moura. Não demorou muito tempo para que a pequena vila se transformasse em cidade. Novas construções foram substituindo aqueles barracos simples feitos de lascas ou de lona.
O processo de urbanização do município foi muito rápido, até por volta de 1.994 mais de 50% da população rolimourense vivia no campo. Um ano depois, a população urbana já era a maioria no total do município.
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, de 1983 até 1.985 a taxa de urbanização era em média 20% e, no ano de 2.000, o grau de urbanização já atingia 72,6%, permanecendo com esse mesmo percentual no ano de 2007. Com base nos dados estatísticos, Rolim de Moura desponta como um dos municípios rondonienses com maior grau de crescimento e desenvolvimento urbano.

O PLANO DIRETOR

Uma nova perspectiva no processo da urbanização
O Poder Público Municipal, especialmente a Prefeitura e a Câmara de vereadores são agentes indispensáveis no planejamento local e nos investimentos públicos, no que diz respeito à infra-estrutura e serviços sociais básicos como habitação, educação, saúde, saneamento básico, entre outras ações que são de responsabilidade das autoridades já mencionadas.
Tais ações propiciam à população um lugar adequado para morar, trabalhar e viver com dignidade, como determina a Constituição Federal e o Estatuto das Cidades desde 2.001 (n°10.257/2.001).
Além do Plano Diretor, foram criados em Rolim de Moura a Demarcação de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) com base no Estatuto das Cidades e na Lei de Zoneamento (lei de uso e ocupação do solo), essa lei está mais direcionada para o espaço urbano, bem como, para o tipo de uso (residencial, misto) e o tamanho da construção permitida em um terreno .
O Plano Diretor é uma lei municipal, brigatória para os municípios com mais de 20 mil habitantes e cria um sistema de planejamento e gestão do município, determinando quais serão as políticas públicas a serem desenvolvidas em um prazo de dez anos em todas as áreas da administração. Esse planejamento deve ser conduzido pela prefeitura, aprovado pela câmara de vereadores com a participação civil.

ROLIM DE MOURA: ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

*Migração
A migração que ocorreu no município a partir da metade da década de 1970 assemelha-se à migração ocorrida em todo o estado entre os anos de 1970 e 1980.
Os colonos que aqui chagaram foram atraídos pelos projetos de colonização agropecuária. Vale lembrar que, inicialmente, os colonos do Setor Rolim de Moura eram encaminhados para assentamentos agrícolas, ou seja, para lotes rurais, outras dezenas de pessoas iam acampando próximo à sede do INCRA.
Assim, às margens do rio Anta Atirada nascia a Vila Rolim de Moura e não demorou muito tempo para que o lugarejo que parecia um acampamento se transformasse em cidade.
Conforme relato de vários pioneiros, até o ano de 1.979, na área onde se formou o núcleo urbano, habitavam uma média de 10 famílias e no ano de 1.983, ano da emancipação política do município, a população já era expressiva, correspondendo a 26.157 habitantes. Entre os anos de 1.984 e 1.986, a população teve acréscimos consideráveis, levando-se em conta que a migração foi mais intensa nesse período.
Vale lembrar que as cidades de Santa Luzia, Novo Horizonte e Castanheiras ainda eram distritos de Rolim de Moura. O número total da população passou de 55.788 em 1.990 para 47.382 em 2.000 e 48.894 em 2.007(IBGE). Observa-se através da tabela da população residente que ouve uma redução no número total da população entre os anos de 1991 e 1996 pois, nesse período, Rolim de Moura cedeu área e população para a formação dos municípios de Santa Luzia do Oeste, Novo Horizonte e Castanheiras.

*População Economicamente Ativa-PEA
Os dados da população economicamente ativa divulgados pelo IBGE, referente ao Censo de 2.000, mostram que o maior percentual das vagas no mercado de trabalho é ocupado pelos homens, enquanto as mulheres ocupam o menor percentual.
O PEA aponta também que 20% da população economicamente ativa do município trabalham no setor secundário (indústria), principalmente nos laticínios, frigoríficos, madeireiras, e moveleiras. O setor com maior oferta de emprego é o terciário (comércios e serviços), representando uma média de 35%, os demais não têm renda fixa ou trabalham no mercado informal.
Tabela 6
População Economicamente Ativa(PEA)
Homens
13.534
36,36%
Mulheres
7.484
20,11%
Total
21.018
56,47%

Rolim de Moura: Centro Urbano
A área urbana de Rolim de Moura está constituída por 13 bairros que foram agrupados da seguinte forma:
*Setor 1-
Composto pelo bairro Planalto e parte do Centro;
*Setor 2-
Composto pelos bairros Olímpico, Centenário e parte do Cen­tro;
*Setor 3-
Composto pelos bairros Boa Esperança, São Cristóvão e parte do Centro;
*Setor 4-
Composto pelos bairros Beira Rio, Jardim Tropical e parte do Centro;
*Setor 5-
Composto pelo Bairro Industrial;
*Setor 6-
Composto pelo Bairro Cidade Alta;
*Setor 7-
Composto pelo Bairro São Cristóvão;
*Setor 8 –
Composto pelo Bairro Nova Morada;
*Setor 9 –
Composto pelo Bairro Bom Jardim.
Planta Urbana de Rolim de Moura

Rolim de Moura: Zona Rural
Após o desmembramento dos municípios de Santa Luzia, Novo Horizonte e Castanheiras, o município adquiriu a silhueta geográfica atual. O mapa abaixo mostra a área urbana bem no centro da figura, mas o destaque é para as linhas que compõem a área geográfica da cidade.
A RO-010 corta a cidade de leste a oeste, é a rodovia que dá acesso aos municípios de Pimenta Bueno , Novo Horizonte e a todas as estradas vicinais (linhas) que dão acesso aos lotes.
As referidas linhas foram demarcadas de 4 em 4 km,  
começando pela linha 208 a leste do município, todas cortam a cidade no sentido norte-sul. É importante lembrar que as áreas urbanas e rurais não vivem isoladas, ambas estabelecem um sistema de relação e interdependência, envolvendo o fluxo de pessoas, de mercadorias e de serviços.

ROLIM DE MOURA- ECONOMIA : SETOR PRIMÁRIO
A abundância de matéria-prima no ramo agropecuário, os incentivos fiscais e os Programas de Apoio às atividades econômicas têm contribuído para o crescimento econômico de Rolim de Moura. Entre os programas, destacam-se:
- PRONAF- Programa Nacional de fortalecimento da Agricultura Familiar;
- PROGER- Programa de Geração de Emprego e Renda;
- PLANAFLORO- Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia;
- FNO- Fundo Constitucional de Financiamento do Norte;
- Conselho de Desenvolvimento Econômico de Rolim de Moura.
Rolim de Moura está entre os dez municípios com maior participação do PIB14 do Estado de Rondônia, ocupa a sétima posição na participação do PIB total e PIB per capita15, sendo ultrapassado apenas pelos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná, Vilhena, Cacoal, Ariquemes e Jaru. Em 2005, o município gerou 397.066, valor correspondente a 3,08% do PIB total de Rondônia (Gerência de Estudos e Pesquisas-GEP- SEPLAN-RO).
Rondônia: Composição do PIB e do PIB per capita e ranking dos municípios-2005(Em R$ mil)
A tabela 11, revela o PIB e o PIB per capita e a posição dos municípios na composição do PIB do Estado de Rondônia em 2005. Considerando-se a evolução histórica do PIB per capita de Rolim de Moura nos últimos anos, houve uma melhora significativa.
Apesar de haver uma forte tendência para a agropecuária, é o setor industrial que tem o maior peso no PIB total do município, seguido do setor de serviços. O PIB de Rolim de Moura em 2005 estava composto da seguinte forma: Agropecuária – 48.557(2,07%), setor industrial – 88.619(5,55%), setor de serviços 215.268(2,86%) e 44.621 de impostos. (www.seplan.ro.gov.br).

O Ciclo Madeireiro - Esta foi a atividade econômica que mais gerou “riqueza” para o município. Até os primeiros anos da década de 1980, as serrarias existentes na cidade produziam em média 12.800 metros cúbicos de madeira e material de construção (madeira serrada) destinada ao mercado interno e também para laminadoras do Paraná.
Com a crescente exploração e sob contrato com empresas exportadoras do Centro-sul do país, o número de serrarias passou de 10 para 36, a produção anual também aumentou progressivamente, ultrapassando os 100.000 metros cúbicos, sendo que, praticamente, tudo era madeira serrada de mogno destinado à exportação.
Era o “período áureo” da economia de Rolim de Moura, tudo girava em torno da exploração, beneficiamento e comercialização de madeira. Todos viam essa matéria-prima abundante, até por volta de 1.985, como fonte de riqueza.
Desde então, a produção industrial de madeira, praticamente, fechou-se para a construção local, desse modo, os moradores eram obrigados a importar madeira apropriada para a construção em outras cidades, fora do circuito frenético do mogno.
Rolim de Moura exportou tanta madeira que ficou conhecida como “Capital da Madeira”. Essa atividade gerou lucros exorbitantes aos bancos privados,estatais e empresas exportadoras. Alguns bancos destacaram Rolim de Moura como município gerador de maior volume de negócios lucrativos em toda região Amazônica.
Entre os agentes envolvidos nesse negócio, quem menos se beneficiou foram os colonos, que obtinham renda apenas pelo direito de explorar a madeira em seus lotes.
Às vezes, alguns colonos eram recrutados por madeireiros, levados até as áreas mais remotas da floresta, ainda não reivindicadas em áreas de extração de madeira em reservas, com base na falsa promessa de obterem suas próprias terras, dessa forma, sem saber, muitas famílias eram expostas como a primeira linha de defesa contra ataques indígenas.
Vários fatores contribuíram para que muitas serrarias se instalassem na cidade, entre eles podemos destacar:
-Abundância do mogno na região;
-Os incentivos oferecidos pelo Poder Público local, com base na política de crescimento industrial;
-Mão-de-obra abundante;
-Acesso preferencial a crédito subsidiado pelo governo federal, apenas para explorar mogno etc. (BROWDER/1.986, várias páginas).
Estima-se uma perda de aproximadamente 87,17% de mata nativa entre os anos de 1.978 e 1.983 (SEDAM, SEPLAM e PNUD). Os dados estatísticos revelam que a maioria das propriedades rurais de Rolim de Moura possuem 50% de sua área devastada, contrariando a Legislação em vigor no tocante a manutenção de reserva legal nos lotes rurais (Código Florestal/Lei 2.166).
A Crise do Setor Madeireiro e Suas Consequências
Com o esgotamento do mogno na região, a partir de 1.984, os extratores passaram a transportar a matéria-prima, a uma média de 100 quilômetros ao sul das serrarias de Rolim de Moura, da Reserva Biológica do Guaporé e da Reserva Indígena Rio Branco para abastecer as serrarias da cidade (BROWDER- 1.986,p.175).
Rolim de Moura viveu um curto período de progresso com o ciclo da madeira, de 1.985 em diante, o mercado internacional não tinha mais interesse pelo mogno subsidiado. Nos Estados Unidos, por exemplo, o mogno brasileiro valia menos do que a madeira nativa daquele país, fato que favoreceu a queda do preço do mogno, caindo em média 50% abaixo do valor de mercado. Esse indicador, somado a escassez da matéria-prima, explica a turbulência da economia local no período.
O município passou a viver um período de recessão econômica, a quantidade de serrarias foi reduzida, provocando uma série de conseqüências, tanto no âmbito socioeconômico como no contexto ambiental, haja vista que essa atividade empregava mais de 40% no setor urbano.
Com o cancelamento das cartas de crédito dos importadores norte-americanos de mogno, as grandes empresas exportadoras de São Paulo e Paraná que dominavam o mercado local de madeira desde 1.982, bateram em retirada, desde então, milhares de metros cúbicos de madeira nobre foram abandonados nos pátios das serrarias da cidade.
A economia urbana também despencou em 45%, o número de bancos caiu em 37,5% . No comércio a queda também foi visível em média 22,1% e 24,2%, respectivamente.
O tráfego de caminhões que transportavam produtos de madeira caiu de 78% para 14% do total do comércio rodoviário no mesmo período. (BROWDER-1.986,p.175 a 201).
Algumas indústrias do ramo conseguiram se sobressair  
da crise, mas ainda há uma forte tendência para a redução do número de indústrias existentes por causa da escassez da matéria- prima e a falta de investimentos em novas tecnologias e qualificação de pessoal.

Agricultura
Há registro das primeiras colheitas no município a partir de 1.977, nesse período os colonos já desenvolviam atividades ligadas à lavoura branca (arroz, feijão, milho, etc.) e a atividade permanente como o cultivo do café , já conhecida pelos paranaenses e capixabas.
No início, as dificuldades enfrentadas pelos colonos eram muitas, a começar pela falta de estrada para escoar a produção, local para o armazenamento e uma política agrícola que garantisse preço mínimo. Tudo isso, aliado às fortes chuvas contribuíam para que a lavoura se perdesse na roça. Atualmente a agricultura no município está muito diversificada e deu um grande salto, tanto na produtividade como na qualidade, se tornando um grande produtor de grãos.
Além da agricultura tradicional, alguns produtores rurais apostam na agricultura orgânica. A agricultura orgânica é uma forma de cultivar o solo sem agredir o ambiente, essa técnica exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos. Essa atividade baseia-se no uso de esterco animal, adubação verde, compostagem e combate biológico de pragas e doenças.
Vale lembrar que a agricultura orgânica não produz em grande escala, mas, por outro lado, oferece grandes vantagens, pois além de reduzir os impactos ambientais, favorece a fertilidade natural do solo e uma alimentação mais saudável.
Várias famílias investem na agricultura orgânica, eles produzem espécies variadas de hortaliças e legumes que são vendidos nas feiras livres da cidade.
Pecuária e as Novas Tecnologias
A pecuária é a atividade do setor primário que mais cresceu nos últimos anos em todo o estado de Rondônia, o número do rebanho quase dobrou de 1.999 até 2.006. Conforme a agência Idaron, o estado ocupa o 8º lugar no ranking nacional em número total de rebanho que era de 11.484.162 (2.006). Na região Norte do país, Rondônia perde apenas para o Tocantins,  
mas fica na frente dos demais estados.
O município de Rolim de Moura, até o ano de 2.006, dispunha de 236.009 cabeças de gado bovino, sendo 159.220 cabeças para o abate, criadas no sistema extensivo por médios e grandes proprietários; e o gado leiteiro, criado em sua maioria por pequenos proprietários, em média 76.789 cabeças e uma produção diária em torno de 95.986,25 litros.
Em 2008, o efetivo bovino da cidade era de 217.605, sendo 144.084 para o abate e o gado leiteiro 73.521. Esta atividade é de grande importância para a economia local, pois emprega cerca de 20%. A atividade pecuária, juntamente com as indústrias do ramo frigorífico e laticínio elegem Rolim de Moura como um município com maior oferta de emprego e ainda o coloca competindo no mercado mundial.
O município ainda se destaca por possuir o maior número de gado registrado na ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu),e pela disponibilidade de tecnologia avançada no setor pecuário. Apesar de ser um município ainda jovem e em fase de crescimento econômico, é considerado um grande produtor, esse reconhecimento é em virtude da qualidade do rebanho e da carne produzida no município.
Alguns pecuaristas investem alto em programas de Melhoramento Genético. Essa atividade consiste na Transferência de Embriões (TE) e a Fecundação In Vitro (FIV) e permite tirar de uma só vaca várias crias por ano e não uma, como acontece no modelo convencional. Requer, também, investimentos em equipamentos modernos, principalmente na construção de laboratório para coleta de embriões e melhoria nos recursos humanos. Além do gado, o município ainda possui criadores de galinhas, codornas, avestruzes , porcos, etc.
Rebanho Bovino

Desenvolvimento e sustentabilidade local
Diante do quadro de degradação que já é avançado na região e do uso exagerado dos recursos naturais disponíveis, foi criado em todo o Estado de Rondônia o “Plano de Negócio”, a fim de promover o desenvolvimento integrado e sustentável com base nas potencialidades locais, valorizando os capitais humanos, criando novas oportunidades de trabalho e renda, além de outros benefícios.
Podemos apontar como exemplo a coleta, o beneficiamento e comercialização de produtos tais como: látex, peixe, mel, sucos, polpas de frutas, doces, compotas, palmito, o aproveitamento de madeiras mortas na fabricação de artesanatos e as sementes utilizadas na fabricação de bijuterias etc.
Essas atividades são consideradas ecologicamente corretas, pois garantem a sustentabilidade do pequeno produtor, promovem o desenvolvimento local, amenizam as diferenças socioeconômicas e ainda contribuem com o meio ambiente.
Entre os exemplos citados, as atividades que mais cresceram foram a apicultura e a piscicultura. Atualmente Rolim de Moura produz em média 300 toneladas de peixe por ano.
A piscicultura é praticada em sistema de cativeiro, no qual se utilizam espécies de tambaqui, tilápia, piauçu, pacu, curimba, pirarucu , jatuarana, etc.
Atividades do Setor Secundário
Como já foi citado anteriormente, a economia do município é diversificada e voltada para o agronegócio, já que são as atividades do setor primário que dão sustentabilidade à economia local: a agricultura, a pecuária leiteira e de corte, portanto, as indústrias estão intimamente ligadas ao beneficiamento e transformação dos produtos existentes na região. Entre as indústrias existentes, destacam -se:
Agroindústria de laticínios e frigoríficos;
Indústria moveleira;
Indústria de beneficiamento de grãos e cereais;
Indústria madeireira;
Indústria de torrefação de café;
Agroindústria (de sucos, polpas de frutas, doces);
Metalúrgica (esquadrias de ferro e alumínio);
Editorial e gráfica (folhetos, jornais e impressos para escritório);
Carimbo;
Encadernação (livros);
Minerais não metálicos (tijolos, telhas, pias, tanques,manilhas e muros pré-moldados);
Confecção de roupas;
Bordado industrial, etc.

Atividades do Setor Terciário
No início da colonização de Rolim de Moura, alguns pioneiros com espírito empreendedor, acreditando que o pequeno vilarejo se tornaria um lugar de futuro, ergueram seus ranchos simples e deram início à atividade econômica.Com a intensa ocupação e a rápida expansão da cidade, foram surgindo novas e variadas casas de comércio que ao longo do tempo foram se aperfeiçoando.
Atualmente, o município desenvolve os comércios locais, regionais e internacionais através da exportação de madeira
(laminados), carne, derivados de leite, mel, látex, etc. Entre as atividades do setor terciário destacam-se o comércio de gêneros alimentícios, lojas de confecções e calçados, material de construção, peças e acessórios, veículos, máquinas agrícolas, casas agropecuárias, farmácias, etc.
O município dispõe de atividades de prestação de serviços na área da educação, saúde, segurança da rede pública e privada, construção civil, agências bancárias, restaurantes, hotéis, postos de gasolina, empresa de transporte coletivo, etc. É o setor com grande participação na renda do município e o que mais emprega.
Rolim de Moura é chamada de pólo regional da Zona da Mata rondoniense e caracteriza-se pela diversificação no comércio e prestação de serviços, o município atrai clientes das cidades circunvizinhas.
ROLIM DE MOURA:

ASPECTOS SOCIOCULTURAIS (CULTURA, ESPORTE E LAZER)
No município de Rolim de Moura, há grande diversidade cultural em decorrência do fluxo migratório de várias regiões do país. De modo geral, os eventos realizados são de cunho religioso. As festividades, geralmente, são promovidas pelas igrejas católica, evangélica e pela prefeitura municipal. Dentre os eventos destaca-se:
Campeonatos Regionais;
Jogos Escolares;
Copa Rotary;
Festa das Comunidades;
Congressos evangélicos;
Festa do Milho, etc.
As datas mais comemoradas na cidade são:
Confraternização do Ano Novo;
Arraial Flor do Campo;
Exposição Agropecuária;
Aniversário da Cidade;
Festa da Padroeira - Nossa Senhora Aparecida;
Programação Natalina, etc.

*Estrutura da Educação
A educação é um bom indicador para avaliar as condições sociais, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um país, estado e município.
No início da ocupação humana no Setor Rolim de Moura, a estrutura educacional era muito precária, os moradores construíam barracos muito simples, sem conforto nenhum paraservir de escolas.
Ser professor e aluno naquela época era um grande desafio. As construções eram barracos cobertos de lona ou tábuas, de chão batido, onde tocos de madeira bruta serviam como cadeiras e qualquer coisa servia como lousa : lona , pedaços de tábuas, até mesmo latão aberto.
Conforme depoimento de vários profissionais da época, as dificuldades não paravam por aí, pois além de atenderem salas multiseriadas (1ª a 4ª série), muitas vezes não tinham sequer o giz. Os professores exerciam , também, a função de merendeira e zeladora. O material didático e a merenda eram trazidos pelos mesmos de Cacoal até as escolas.
Naquela época, Rolim de Moura dependia fortemente de Cacoal, os profissionais tinham que cursar o Logos II e participar de reuniões pedagógicas naquela localidade. Após 1981, com a implantação do referido curso na cidade, os problemas desses profissionais foram minimizados, em parte.
Atualmente, o município atende alunos de várias modalidades de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e Ensino Superior, tanto da rede privada como estadual.
De acordo com os dados fornecidos pelas escolas em 2007, dos 15.661 alunos matriculados, 68,5% do total freqüentam a Rede Estadual ; 29,1% freqüentam a Rede Municipal e 2,4% a Rede Privada.

*Estrutura de Saúde
Como já foi dito anteriormente, os moradores da Vila Rolim de Moura enfrentavam muitas dificuldades, pois o lugar oferecia condições mínimas de atendimento na área da saúde.
Conforme depoimento de muitos pioneiros, existia apenas um posto da SUCAM para o controle da malária que era alarmante naquela época. De vez em quando aparecia um ônibus ambulatorial de Porto Velho para atender a população
da Vila.
Até o final dos anos de 1970, as dependências do INCRA e da subprefeitura serviam de instalações hospitalares.
O primeiro médico particular foi o Dr.Luiz Inoja Nunes (o boliviano), que construiu um pequeno hospital, o qual foi vendido para o médico Benedito Carlos da Silva, este construiu um hospital com melhores instalações, e, mais tarde, alugou para o governo do Território Federal de Rondônia.
Com a inauguração do hospital em 1981, os médicos Ivan Carlos Garcia Caramori, José Joacil Guimarães e Paulo Hiroschi ficaram responsáveis pelo atendimento à população.
Hoje o município conta com recursos próprios, estaduais e federais, já que o hospital da cidade foi transformado em Pólo Micro-regional e atende vários municípios vizinhos dessa micro-região. Existem hoje três hospitais em funcionamento, mas apenas o Hospital Geral possui convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).
A estrutura física na área da saúde existente no município apresenta a seguinte distribuição:

*Setor Público: 36 estabelecimentos de saúde, sendo unidade B. de saúde 1:
04 consultórios odontológicos;
18 consultórios médicos;
01 clínica de fisioterapia e reabilitação;
01 unidade móvel terrestre;
05 unidades de saúde da família;
03 laboratórios de análises clínicas;
01 hospital geral;
01 vigilância sanitária;
01 policlínica. ria;
01 policlínica.
*No Setor Privado- 24 estabelecimentos:
12 consultórios odontológicos;
04 consultórios médicos;
02 clínicas de fisioterapia e reabilitação;
04 laboratórios de análises clínicas;
02 hospitais (Fonte: Secretaria Municipal de Saúde/2.007).

Indicadores Sociais
O percentual da taxa de analfabetismo refere-se à população na faixa etária entre 15 anos ou mais. A taxa de analfabetismo nessa faixa de idade é superior à média de Rondônia (12,97%) e à média nacional (13,63%).
Com relação à taxa de mortalidade infantil, o percentual está abaixo da média do Estado e também do Brasil. A taxa de mortalidade infantil em 1.995 e 1.996 era de 34,5 e 28,5% respectivamente. Já em 2.003, o número de óbitos de menores de 5 anos foi de 18,36%, um índice relativamente elevado, principalmente se levarmos em consideração a mortalidade infantil de crianças com menos de 1 ano, que foi de 17% no mesmo período.

Saneamento Básico (água, rede de esgoto e coleta de lixo)
O abastecimento de água no município é realizado pela CAERD (Companhia de Água e Esgoto de Rondônia). Segundo o órgão, aproximadamente 43,3% da população da área urbana recebe água tratada. A captação da água distribuída na cidade é feita no Igarapé D’Alencourt na área rural, na linha 180 lado sul e bombeada para a estação de tratamento no canteiro central da Avenida 25
de Agosto, de onde é distribuída.
Com relação ao sistema de esgotamento sanitário, apenas 1,50% da população urbana é beneficiada com esse serviço. Vale lembrar que essa rede de esgoto não passa por nenhum tipo de tratamento antes de ser lançada nos igarapés que cortam a cidade. As demais residências utilizam fossas comuns ou sépticas.
Conforme os dados fornecidos pelo Programa de Agentes Comunitários da Saúde-PACs (1998), 78% dos moradores utilizam água de poço e 93,89% fossas do tipo comum. Com base nesses dados, observa-se um agravante à saúde da população rolimourense, já foi comprovado que a água de poço comum não é boa para o consumo humano em função da contaminação, haja vista o número de fossas ser maior que o número de poços.
O problema torna-se ainda mais grave no período chuvoso quando os níveis das águas subterrâneas aumentam, alcançando o nível das fossas.
Quanto à coleta de lixo, segundo as informações da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SEMOSP), a produção diária de lixo na área urbana é de aproximadamente 24,09 toneladas.
Estima-se que cada habitante produz em média 0,70kg/dia e que 84,63% da população é atendida com a coleta de lixo. Mais de 15% da população utiliza-se de sistemas alternativos e inadequados, tais como: lançamento em vias públicas, em terrenos baldios, incineração ou enterramento.
O destino final do lixo coletado na cidade é um lixão a céu aberto localizado na linha 188, lado norte a 1,6km do centro urbano. É importante lembrar que o acúmulo de lixo oferece condições favoráveis para a proliferação de animais e insetos. Essa prática além de comprometer a saúde pública, ainda causa danos ambientais como a contaminação do solo que consequentemente compromete a qualidade das águas dos rios
e igarapés e do lençol freático, entre outros problemas.
As embalagens vazias de agrotóxico é outro problema que vem causando preocupação. Um levantamento realizado pelos técnicos da SEDAM local verificou que o recolhimento das embalagens não está ocorrendo conforme determina a Resolução CONAMA, pois os agricultores enterram, amontoam ou simplesmente deixam na roça. Essa prática acaba comprometendo a qualidade das águas das micro-bacias hidrográficas que drenam a área urbana e rural de Rolim de Moura.
Conforme as exigências contidas na Lei 7802 de 11/07/1989, Decreto nº 4074 de 4/01/2002, da Resolução CONAMA 334 de 3/04/2003 e do Decreto Estadual 8040 de 29/10/1997, o estabelecimento que comercializa os produtos agrotóxicos é responsável pela emissão do receituário agrotóxico, pelo controle de estoque e venda, bem como do recolhimento de embalagens vazias.
É sempre bom lembrar que a coleta e o destino final do lixo é de responsabilidade do Poder Público, mas é de extrema importância a participação da população, pois o lixo é um problema comum, portanto, toda sociedade deve adotar medidas que venham minimizar os impactos ambientais e garantir um ambiente mais saudável.

Energia Elétrica
Durante a fase inicial da vila Rolim de Moura, os moradores dispunham apenas de lamparinas, candeeiros e lampiões. O fornecimento de energia a motor era restrito, apenas para os donos de serrarias.
No início do ano de 1980, foi instalada a Usina termoelétrica (Motor da CERON), com fornecimento precário e constante apagões. Somente no ano de 1990, o fornecimento de energia elétrica foi substituído por hidroelétricas.
Atualmente a energia fornecida na cidade é proveniente das PCHs Cassol, Monte Belo, Alta Floresta e Eletronorte . Hoje 100% da zona rural tem acesso à energia elétrica, mas na área urbana, infelizmente, o fornecimento ainda não é acessível a todos .
A disponibilidade de energia elétrica proporcionou o desenvolvimento local e o bem estar da sociedade rolimourense, tanto no campo como na cidade. Melhorou o desempenho das empresas já existentes e incentivou a instalação de outras industrias.

ORGANIZAÇÃO POLITICO-ADMINISTRATIVA
O município rege-se pela lei orgânica própria, votada e aprovada pela Câmara Municipal, com base nos princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição do Estado de Rondônia. Está composto pelos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e se apresenta da seguinte forma :

O Poder Executivo- é representado pelo prefeito e o vice-prefeito. Cabe a eles executar e cumprir as leis. O prefeito administra o município juntamente com os secretários das seguintes secretarias:
* SEMAD -Secretaria Municipal de Administração;
* SEMUSA -Secretaria Municipal de Saúde;
* SEMFAZ - Secretaria Municipal da Fazenda;
* SEMPLADE - Secretaria Municipal de Planejamento, Urbanismo e Desenvolvimento Econômico;
* SEMAGRI - Secretaria Municipal de Agricultura;71
* SEMOSP - Secretaria Municipal de Obras Públicas;
* SEMECEL - Secretaria Municipal de Educação Cultura e Lazer;
* SEMAC – Secretaria Municipal de Ação Comunitária;
* CPL – Secretaria de Compras e Licitação.

Poder Legislativo- é exercido pela Câmara Municipal que é composta por 10 vereadores. Tanto o prefeito como os vereadores são eleitos pelo voto direto. O Poder Legislativo desenvolve um papel muito importante na administração pública, pois cabe ao mesmo elaborar as leis municipais com base nos tributos e serviços sobre a organização local; elaborar e aprovar projetos que atendam as necessidades dos munícipes, além de fiscalizar a aplicação do dinheiro público. Dada a importância do trabalho dos vereadores, se faz necessário que os mesmos compreendam bem sua função, desse modo, poderão de fato exercer em toda sua plenitude o papel mais efetivo no sistema governamental do município.

Poder Judiciário- Cabe ao Poder Judiciário fiscalizar o cumprimento das leis. O Poder Judiciário de Rolim de Moura está formado pelos seguintes órgãos:
*Vara Cível da Família;
*Vara Cível da Criança e do Adolescente;
*Vara Criminal;
*Juizado de Pequenas Causas;
*Cartório de Notas e Anexos;
*Cartório de Registro Civil, de Protesto, de Imóveis;
*Autoridades Judiciárias: 02 juízes titulares e 03 Promotores.
A instalação da Câmara Municipal e da Mesa Diretora ocorreu juntamente com a instalação do município, no dia 28 de dezembro de 1984 com a posse dos vereadores, prefeito e vice-prefeito eleitos no pleito de 09 de dezembro de 1984, para um pleito de 04 anos.
Símbolos Oficiais do Município
Os símbolos oficiais do município estão representados pela Bandeira, o Brasão e o Hino. A Bandeira e o Hino foram escolhidos através de concurso e criados pela Portaria do DP/ Assessoria Jurídica do prefeito municipal, sob o nº 126/85. Os vencedores do concurso foram: Sebastião Santana da Costa que criou o desenho da Bandeira e Marly Benett que criou o Brasão.

A Bandeira
A bandeira do município é composta pelas cores verde, Amarelo, azul e branco, que tem os seguintes significados:
*Verde: A natureza, a paisagem natural do município e a esperança de todos os munícipes.
*Amarelo: As riquezas do município.
*azul: O céu azul astral.
*Branco: A paz.
Dentro de um círculo azul, há uma estrela com uma ponta voltada para cima, que representa o município no contexto do Estado, seus potenciais agrícolas, industriais e culturais, rumo ao futuro.
Descrição do Brasão
O Brasão está formado por um conjunto de propriedades existentes no município, unidos num escudo, a saber:
*Três toras sobrepostas, representando a madeira, grande responsável pelo desenvolvimento do município;
*Dois galhos de arroz, segurados por duas mãos, simbolizando homens e mulheres trabalhadores, dispostos a cultivar e proteger todas as riquezas importantes do município;
*Dois galhos de café interligados e colocados abaixo das toras, representando o grande produto do estado e região;
*Como que aparando o conjunto, há dois troncos de
cacau, uma das culturas implantadas no município;
*Há também uma paisagem, composta pelo sol ao amanhecer , em contraste com a paisagem verde, onde se encontram alguns bovinos pastando, que simbolizam a pecuária, responsável por grande parte da economia e do desenvolvimento do município;
*Abaixo das toras, consta em uma faixa o nome “Rolim de Moura,” e na parte superior, abaixo dos galhos de arroz, o nome Rondônia, que identifica o município no contexto do Estado;
A oficialização da Bandeira e do Brasão do município de Rolim de Moura foi realizada, solenemente, no dia 03 de junho de 1985, com a presença de várias autoridades municipais.
HINO ALUSIVO A ROLIM DE MOURA
A alvorada se elevando no oriente
No horizonte o véu azul soprando a brisa
Num descampado entre a mata exuberante
Rolim de Moura despertando mais um dia!
Na floresta é uma eterna primavera
Animais que gritam livres e felizes
Marca o solo a pitoresca castanheira
Verde forte, vida rica e terra firme.
Enlaçando ao seu conceito o progresso
Sua essência é a esperança de crescer
Hasteando na Bandeira;
As virtudes deste povo,
O lirismo o trabalho e o lazer.
O lema que prediz a nossa história:
Otimismo, solidariedade, muita
Esperança,
Paz no coração.
Desfrutamos seu sustento, preservamos seus
encantos,
Deus protege os migrantes desta pátria,
E aos nativos desta terra cujo sonho é ser feliz.
LETRA: Ivone Floripes Doriglello Oliveira
Música: Núbia Dáphine Seeberg Aparecyda Oliveira
Referências Bibliográficas
Amazônia : uma proposta interdisciplinar de Educação Ambiental: temas básicos . Brasília : IBAMA, 1994, p 57, 58.
Atlas Geoambiental de Rondônia. Porto Velho: SEDAM, 2002.
BATISTA, Rosimar Ibiapina e Botelho, José Maria Leite . Rondônia – O Espaço Geográfico.
Biodiversidade na Amazônia brasileira, avaliação e ações prioritárias para a conservação , uso sustentável e repartição de benefícios / organizadores João Paulo Ribeiro Copibianco [et , al] – São Paulo : Estação Liberdade : Instituto Socioambiental – 2001 . p 330 , 334.
BOTELHO, José Maria Leite. Educação Ambiental na Formação de Professores para o Ensino Fundamental. Porto Velho-RO. Dissertação de Mestrado, VFRJ,1998.

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